Sociedade

Ricardo Salgado em vias de ser acusado de “liderança criminosa”

O despacho de acusação deverá ser conhecido na próxima semana. O Ministério Público aponta para tese de que Ricardo Salgado chefiou uma associação criminosa enquanto líder do Grupo Espírito Santo, avança este sábado o jornal “Público”.

luís barra

Ricardo Salgado terá criado uma estrutura fraudulenta dentro do Banco Espírito Santo (BES), sustentada no Departamento Financeiro e de Mercados, tutelado pelo ex- diretor financeiro Amílcar Morais Pires. Esta é uma das conclusões que deverá constar do despacho de acusação que o Ministério Público está a ultimar, segundo o “Público”. Esta estrutura terá sido montada sem conhecimento da maioria da equipa de gestão do BES, nem do Banco de Portugal.

Como o Expresso avançou a 22 de Maio, o processo contra os responsáveis pela derrocada deste império financeiro estará concluído até 16 de Julho, antes das férias judiciais. Já então, o Expresso ouvira junto de fontes próximas do processo que o MP iria avançar com a acusação de crimes de associação criminosa e corrupção.

Entretanto foram ouvidos os principais arguidos do processo em interrogatório complementar e confrontados com os novos indícios recolhidos. Ricardo Salgado, ex-presidente do GES e principal arguido do processo, foi ouvido uma única vez, há cinco anos.

Segundo informação agora avançada pelo Público, a investigação apurou novos factos que sustentam a tese de que “Ricardo Salgado foi o cérebro de uma rede criminosa, por si estruturada dentro GES e do BES, com a finalidade de cometer delitos de forma organizada”. Entre os alegados crimes constam burla qualificada, branqueamento de capitais, associação criminosa, fraude no comércio internacional e desvio de centenas de milhões de euros para corrupção, que podem ter contribuído para a derrocada do BES e do grupo Espírito Santo.

A investigação começou em 2014 e o processo tem, segundo a última informação divulgada pela Procuradoria-Geral da República, 41 arguidos, um dos quais já morreu.