Sociedade

Crise de refugiados e migrantes: Portugal vai acolher menores que estejam desacompanhados nas ilhas gregas

Para já ainda não se sabe quantas pessoas ou quando podem chegar. Portugal vai ainda enviar ajuda humanitária para a Grécia

LOUISA GOULIAMAKI/ Getty Images

Portugal vai receber migrantes menores que estejam desacompanhados nas ilhas gregas, anunciou a Comissão Europeia esta segunda-feira. A disponibilidade foi também confirmada ao Expresso por fonte do Ministério da Administração Interna, que para já ainda não tem indicação de quantas pessoas vão ser acolhidas ou para quando está prevista a sua chegada.

Há uma semana, começou por explicar a presidente da Comissão Europeia, foi pedido aos “Estados-membros para disponibilizarem ajuda imediata para as crianças menores retidas nas ilhas gregas”. Além de Portugal, disponibilizaram-se ainda França, Luxemburgo, Finlândia e Alemanha. “Vão intervir nesta situação acutilante e acolher menores desacompanhados”, disse Ursula Von der Leyen em conferência de imprensa, em Bruxelas. “Claro que, a longo prazo, será necessária mais ajuda.”

Já esta madrugada o governo alemão tinha anunciado que uma coligação de países voluntários da União Europeia planeia acolher até 1500 crianças migrantes atualmente retidas nas ilhas gregas, uma medida de apoio humanitário.

Além deste grupo, Portugal já se tinha disponibilizado para receber mil pessoas das ilhas gregas, através de uma acordo bilateral assinado com a Grécia. A chegada desses migrantes também ainda não tem data prevista.

Também esta segunda-feira, o Governo português enviou ajuda humanitária para Grécia, que vai depois ser distribuída pelas zonas onde a necessidade é maior.

Atualmente, há mais 42 mil migrantes e refugiados retidos nas ilhas gregas, sendo que cerca de 5500 são menores desacompanhados. A pressão nas ilhas voltou a aumentar quando há uma semana a Turquia anunciou a abertura das fronteiras com a Grécia.

Não é primeira vez que Portugal vai buscar menores

Portugal foi o primeiro Estado-membro a acolher menores desacompanhados da Grécia. O primeiro grupo, composto por cinco afegãos com idades entre os 14 e os 18 anos, chegou em março de 2017.

Foi através de um programa da organização não-governamental grega METAdrasi que os cinco foram selecionados. Nenhum deles tinha familiares na Europa, perderam os pais na fuga, outros antes mesmo de fugir. Na altura, o acordo em que Portugal se fez representar pela secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino previa o acolhimento de até 40 menores.

Ficou então decidido que os adolescentes iriam viver durante 18 meses numa instituição em Lisboa, pertencente à Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), entidade responsável pela integração em Portugal. Estavam ainda mais sete preparadas no grande Porto, Grande Lisboa e Algarve. Estava ainda previsto o ensino intensivo de português (que começou na Grécia com uma professora brasileira) e o regresso à escola, no currículo regular ou profissional.