Sociedade

“Há uma tragédia humanitária iminente”: Plataforma faz apelo urgente ao Governo português para receber refugiados travados pela Grécia

Em causa está a situação na Turquia, que decidiu abrir as suas fronteiras a refugiados que se pretendem deslocar em direção à União Europeia. Há cerca de 13 mil pessoas às portas da Grécia, país que “se recusa a abrir-lhes as suas portas, prometendo reforçar o controlo das fronteiras e recorrendo a gás lacrimogéneo”

A Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) faz um apelo para que o Governo português aceite acolher de forma célere alguns destes refugiados que estão à porta da Grécia, depois de a Turquia ter decidido abrir as suas fronteiras. "[Há uma] tragédia humanitária iminente. Recordamos que estamos a falar de famílias acompanhadas de menores e em situação de particular vulnerabilidade, que fogem de perseguições ou que procuram paz que o seu país não lhes consegue garantir", refere a PAR.

Nesse sentido, a Plataforma considera que é "absolutamente urgente que Portugal reforce a sua capacidade de acolhimento para que possa não só receber mais refugiados, mas também garantir-lhes uma resposta rápida e digna". "A PAR mostra-se, desde já, disponível a acolher os requerentes de asilo e refugiados que se encontrem em território grego e a colaborar com o Governo português na identificação de obstáculos e no reforço da capacidade de acolhimento portuguesa".

A PAR, pela voz do seu coordenador-geral, André Jorge Costa, considera que "nada disto estaria a acontecer" se a "resposta [europeia] fosse célere". "A PAR apela assim, mais uma vez, à efetiva transferência de requerentes e beneficiários de asilo ao abrigo do acordo bilateral - assinado em março de 2019 entre o Governo português e o Governo grego – para Portugal, onde sejam tratados como pessoas e encontrem a Paz e a estabilidade que merecem e procuram".

A Plataforma diz que vai continuar a insistir no seu pedido de acolhimento célere de alguns dos refugiados que estão às portas da Grécia, país que "prometeu reforçar o controlo das fronteiras e recorrendo a gás lacrimogéneo para repelir as centenas de famílias que tentam chegar à Europa através do seu território". A PAR menciona ainda os problemas com que se tem confrontado na integração dos refugiados que se encontram atualmente em Portugal, nomeadamente a "ausência de soluções de habitação estáveis, a morosidade na emissão de documentos que afeta gravemente o acesso aos serviços públicos, como o Serviço Nacional de Saúde, entre outros entraves identificados pela nossa experiência de terreno". A PAR expressa ainda um último desejo: "Esta experiência da PAR deve ser considerada pelo poder público para garantir que Portugal recebe estes requerentes não só de braços abertos, mas também com dignidade".