Em quase tudo é um saco como os outros: leve, transparente e resistente para pesar fruta e legumes. Mas na sua essência é totalmente diferente porque é feito com soro de leite, em vez de petróleo. E se à receita forem acrescentadas cascas de amêndoa moídas, este bioplástico torna-se mais consistente e apto para ser moldado em cuvetes ou outras embalagens. É este tipo de alternativas sustentáveis ao plástico que a Comissão Europeia está a financiar e que ainda este ano serão testadas em supermercados portugueses.
Criar um bioplástico a partir de desperdícios da indústria alimentar como o soro de leite — e não produtos como cana de açúcar, batata ou beterraba que se destinam à alimentação humana — era parte da missão do projeto YPACK, financiado pela União Europeia e que junta um consórcio de universidades e empresas, entre as quais a Universidade do Minho, a Universidade Nova de Lisboa e os hipermercados Continente. Esse bioplástico tinha também de ser biodegradável e compostável, ou seja, capaz de sofrer uma decomposição biológica como os resíduos orgânicos. Mas não bastava criar a receita: o objetivo final era fazê-la sair do laboratório para o mundo real, testar a sua produção numa escala industrial e colocá-la no mercado, garantindo que uma empresa que hoje produza plástico a partir de petróleo seja capaz de aplicar a nova receita mudando apenas a matéria-prima.