Sociedade

Não há Planeta B. O alerta pela Terra que uniu o país

Nesta #Fridaysforfuture em que milhares de estudantes trocaram a sala de aulas pela rua em defesa do clima e do ambiente, se houve palavra de ordem que uniu o país de norte a sul e ilhas foi a de que não existe Planeta B. Terra há só uma. Estamos todos de acordo? Dia 21 de maio há nova greve estudantil internacional

Nuno Botelho

Foram às dezenas, às centenas e aos milhares os estudantes portugueses que, nesta sexta-feira que se quer mais verde, optaram conscientemente por faltar às aulas para se unirem ao movimento global #Schoolstrike4climate. Em Lisboa foram 10 mil, no Porto cerca de um milhar em representação de meia centena de escolas, exigindo “justiça climática”, advertindo que o “capitalismo não é verde” ou que “se o clima fosse um banco, já estaria salvo!”.

Mas se houve palavra de ordem que uniu os manifestantes de norte a sul, e espera-se tenha agitado as consciências mais empedernidas, é a de que “Não há Planeta B”. A hora é de agir, globalmente e localmente, como gritava um grupo de adolescentes, rapazes e raparigas, que esta manhã empunhavam o cartaz, em cartão, em frente à Câmara do Porto #Faz pelo clima. “Não deixes pra amanhã o que já devia ter sido feito ontem!”

Nuno Botelho

A “Geração antiplástico” mostrou vários cartões de advertência ao Governo, mesmo que o Francisco Leal, de 21 anos, estudante de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e amigos reconheçam que o nosso “nem é dos piores”, mas apático no mínimo. Daí que agitem a tarja “senhores ministros, o Planeta ainda não está suficientemente quente para derreter o gelo dos vossos corações?”

Bárbara Pereira da organização do movimento pela salvaguarda das alterações climáticas garante que a ação desta sexta-feira 15 de março não será um protesto isolado, informando que no próximo dia 21 de maio está agendada nova greve dos estudantes a nível internacional. Como se repete em vários cartazes “a solução está na nossa geração”, também Bárbara está consciente que assegurar um futuro mais sustentável não se constrói com greves às aulas de vez em quando, razão pela qual a organização já está a preparar-se para fazer palestras em escolas, exigindo pequenas coisas que podem fazer a diferença, como o compromisso de cada escola ter ecopontos para que se crie o hábito da separação do lixo desde o pré-escolar.

Para já, Bárbara Pereira e Gabriela Gomes, 13 anos, da Escola Básica e Secundária do Padrão da Légua, avançam com uma ação prática: a limpeza das praias antes da época balnear. Em Portugal, pelo menos 26 cidades aderiram a esta ação de pensar global e agir localmente em defesa do planeta Terra. “Antes que morra”, teme Gabriela.

Como lembrou esta sexta-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, as alterações climáticas precisam de uma “resposta global e não Estado a Estado”, classificando a greve climática estudantil mundial como uma ideia “muito mobilizadora” para chamar a atenção para o tema.