As autoridades portuguesas estão a analisar a veracidade da lista de 22 mil jiadistas oriundos de 51 países a que a cadeia de televisão Sky News teve acesso.
A Polícia Judiciária ainda não teve acesso físico à lista mas está já a recolher informação em fontes abertas que possa estar relacionada com o território nacional ou com interesses portugueses.
Os serviços de informações estão a acompanhar o assunto, também.
O Expresso não conseguiu ainda apurar se a lista tem nomes de combatentes portugueses. Mas as autoridades irão avaliar a veracidade desta lista divulgada pela televisão britânica.
Entre os 22 mil jiadistas existem cinco mil ocidentais, apurou o Expresso. "É muito provável que haja portugueses na lista", disse uma fonte próxima da investigação.
A maioria dos 16 britânicos identificados já morreu, tendo sido abatidos em ataques aéreos da coligação liderada pelos EUA — caso de Junaid Hussain e Reyaad Khan. Os restantes estão em parte incerta.
A Sky News garante a existência de outros jiadistas conhecidos pelos media ocidentais. Os especialistas em terrorismo entrevistados pelo canal salientam que a lista irá ajudar as autoridades a perceberem melhor como funciona o mecanismo de recrutamento.
Os documentos em questão são questionários de 23 perguntas com as respetivas respostas de cada aspirante a recruta. Dessas respostas constam dados como os nomes, data e local de nascimento, cidade onde habitavam antes de se juntarem à Jihad, número de telefone, grau académico e tipo sanguíneo. Não é para já certo se há cidadãos portugueses entre os mais de 22 mil nomes.
Os documentos foram fornecidos por um militante do Daesh "desiludido", tendo a entrega sido feita diretamente a um correspondente da Sky News numa passagem fronteiriça da Síria.
Neste momento existem dez jiadistas portugueses a combater em nome do Daesh, na Síria e no Iraque. O grupo foi alvo de um mandado de captura internacional por ligações à organização terrorista liderada por Abu Bakr al-Baghdadi.
Nos últimos meses morreram pelo menos quatro portugueses, grande parte vítimas dos ataques aéreos da coligação internacional liderada pelos EUA.
A Sic Notícias tinha avançado esta manhã com a notícia.