SIM A radicalização da direita nas democracias ocidentais tem produzido consequências nefastas. Nos tribunais de Israel, nas universidades na Hungria, na imprensa da Polónia e nos processos de cedência do poder no Brasil e nos EUA. Há uma estratégia de alcance global que ameaça as instituições democráticas e multilaterais e que as quer subverter para reforçar derivas autoritárias. Da mesma forma que a URSS e os seus satélites procuraram substituir as democracias liberais por “democracias populares”, também os “democratas iliberais”, como se definiu Orbán, têm um projeto internacionalista. Os seus líderes, como Ventura, Farage, Le Pen ou Salvini, apoiam-se mutuamente e têm fortes pontos de contacto ideológico. Lideram uma massa de descontentes que procura culpar os especialistas, as minorias e a globalização pelos males do mundo. Dizem-se a voz da mais pura vontade popular contra a elite opressora e corrupta. Abanam as bandeiras do medo e do ódio para gerar discórdia e radicalização. Primeiro procuram chocar para ter atenção, depois dizem tudo o que for necessário para ganhar, mesmo que a coerência não abunde. Chegados ao poder, exercem-no com a autoridade necessária para evitar perdê-lo.
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Crescimento da extrema-direita ameaça a democracia?
O crescimento dos movimentos extremistas um pouco por todo o mundo é uma tendência que se tem vindo a acentuar