Era o filme mais aguardado do ano. Até da década. Fãs de “A Guerra das Estrelas” acamparam à porta dos cinemas semanas antes da estreia. Já tinham passado 22 anos desde que George Lucas realizara o seu primeiro e único filme da saga, o “Episódio IV — Uma Nova Esperança”, e 16 anos desde “O Regresso de Jedi (Episódio VI)”, que encerrava a trilogia e deixava meio mundo a salivar por mais. O novo “Star Wars: A Ameaça Fantasma (Episódio I)” significou o ansiado regresso dos Jedis, das lutas de sabres de luz e, por inerência, um regresso a um outro tempo em que se foi mais feliz, o da juventude, e logo pela mão do “mestre” George Lucas. O que poderia correr mal, certo?
Ewan McGregor foi o escolhido para interpretar a versão mais nova de Obi-Wan Kenobi, papel que na trilogia original coube a Sir Alec Guinness. De todas as razões que levariam alguém a querer entrar neste universo, McGregor tinha uma em especial, como explica ao Expresso por videochamada: “O meu tio Denis Lawson esteve nos originais, ele era o [o piloto da resistência] Wedge Antilles. E eu conhecia os filmes de trás para a frente, vi-os todos em miúdo.” Ao mesmo tempo, conseguir este papel representou um desvio em relação ao que McGregor tinha pensado para a sua carreira. “Eu era muito novo quando fiz os castings, em 1996. Tinha estado nos filmes do Danny Boyle [“Pequenos Crimes entre Amigos”, “Trainspotting”] e pensava que isso me definia. Eu queria ser o ator dele e fazer parte do que quer que fosse aquela nova onda de cinema britânico. Ao mesmo tempo, esta coisa nova e excitante ia arrancar e eu queria estar lá...”