​Uma orquestra é uma máquina delicada e complexa, que exige que diferentes peças se movam a diferentes velocidades, que vive de encaixes matematicamente precisos e que, como as mais intrincadas peças de relojoaria, parece de alguma forma espelhar o funcionamento do próprio universo. Uma orquestra é isso, sim, mas também é algo mais: é um corpo feito de muitos membros — duas dezenas, no caso presente — que vive igualmente das personalidades e capacidades individuais de cada um, que é, portanto, entidade orgânica e pulsante que não se explica somente com números e equações.