Em janeiro de 2018, ainda a meio do primeiro mandato presidencial de Donald Trump e a dois anos do início da devastação pandémica, David Byrne criou “Reasons To Be Cheerful”, um site-antídoto para um muito particular tipo de sensação que, dizia, não deveria ser ele o único a experimentar: “Suponho que, tal como muitos de vós quando recordam o último ano, parece que o mundo caminha direito ao Inferno. De manhã, acordo, olho para o jornal e, ‘oh não!’... por vezes, fico metade do dia deprimido. Não importa em quem votámos ou qual a nossa simpatia ideológica, o sentimento é transversal a todo o espectro político.” Ao mesmo tempo, em março desse ano, ocupava-se com o lançamento e a digressão do álbum “American Utopia”. Passaria por Cascais, a 11 de julho, acompanhado pelos 12 elementos de uma meia marching band, meia escola de samba brasileira, como ele todos descalços e de fato Kenzo cinzento, sobre o qual, em arnês de metal, apoiavam vários instrumentos (uma bateria desconstruída e dividida por seis executantes, teclados), acrescidos de baixo e guitarra.
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Já ouvimos o novo álbum de David Byrne: “Who Is the Sky?” é luz, é Carnaval e até é Talking Heads
Nos Talking Heads era o futurista nervoso, em “American Utopia” (2018) xamã cultural. Agora, David Byrne apresenta-se como observador minucioso, utilizando a lente da idade e da experiência. “Who Is the Sky?”, o novo álbum do ex-Talking Heads, chega sexta-feira: é David Byrne e ainda bem