Mantendo uma belíssima tradição dos Radiohead, cujos “lados b” muitas vezes concorrem com a mestria dos “lados a”, os Smile trazem-nos um segundo álbum de 2024 que poderia ser de ‘sobras’, mas que, em abono da verdade, entusiasma tanto quanto “Wall of Eyes”, de janeiro passado. Apesar de ter saído das mesmas sessões em Oxford e em Londres, nos míticos estúdios de Abbey Road, e de contar novamente com produção de Sam Petts-Davies (que tem no currículo álbuns de Red Hot Chili Peppers, Roger Waters ou Frank Ocean) e a colaboração da London Contemporary Orchestra, “Cutouts” leva-nos numa viagem diferente daquela em que embarcámos no álbum-irmão: há nestas canções uma maior sinuosidade, mas menor experimentação e outro nível de intensidade. Torna-se, também, impossível negar a aproximação a território previamente explorado pela banda “principal” de Thom Yorke e Jonny Greenwood, dois terços dos Smile — o terceiro elemento é, como se sabe, o baterista Tom Skinner, cofundador dos extintos Sons of Kemet.
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The Smile: este segundo álbum do ano é sobra que gera fartura
Os Smile trazem-nos um segundo álbum de 2024 que poderia ser de ‘sobras’, mas que entusiasma tanto quanto “Wall of Eyes”, de janeiro passado