Como se pode ser do fado sem se ser fadista? Do alto da sua jovem sabedoria, Carolina Milhanas parece ter a resposta na ponta da língua. “De Sombra a Sombra”, o álbum com que agora se estreia, reflete os ensinamentos recolhidos desde que, há três anos, começou a frequentar casas de fado e o amor que nutre pela palavra, alimentado pela poesia de Fernando Pessoa, a prosa de José Saramago ou a escrita de canções de Fausto Bordalo Dias, aliando-os à liberdade que lhe é concedida por um ouvido apurado para a produção musical contemporânea.
“É um disco que conta a minha vida nos seus tempos mais escuros”, confessa a artista ao Expresso. “Sinto que há um peso dentro de mim, desde muito pequenina, que não vem só cá de dentro, mas também de algo que me é externo. É uma tristeza que acontece, mas que não é minha.” Explicando que as canções que perfazem “De Sombra a Sombra” cresceram consigo — “o álbum reflete os meus 21 anos” —, Milhanas, que estudou violino, técnica vocal, história da música, composição e teatro musical, cantou num coro gospel e integrou um combo de jazz, garante: “Há sombras no disco que, se calhar, hoje já não me perturbam como em tempos perturbavam. Fala um bocadinho sobre a forma como a minha cabeça sofre com as notícias do mundo, mas também inclui, como tem de ser, algumas canções de amor e outras sobre a minha história familiar.”
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