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Carminho é “Portuguesa” ao sexto álbum: “Há 200 fados tradicionais. Que repertório é que eu quero deixar construído por mim?”

No seu novo álbum, “Portuguesa”, Carminho garante que continua a encontrar respostas no fado. E cita Camané: “a tradição constrói-se”

Quem é que eu seria se não fosse fadista? Esse questionamento não me traz sentimentos estranhos, porque não consigo imaginar.” É desta forma, perentória, que Carminho descreve a sua relação “embrionária” com o fado: “Eu já ouvia a minha mãe cantar na barriga dela.” Talvez por isso, talvez porque sempre o sentiu como seu lugar de pertença, mesmo quando, na adolescência, os amigos não só não partilhavam a sua paixão como assumiam sem pruridos não gostar dele, a fadista tenha chegado a “Portuguesa”, o seu sexto álbum, com vontade de apurar a prática de um género musical que garante não querer alterar: “Não tenho a pretensão de mudar o fado.” Isso não significa, contudo, que não tenha em si uma grande vontade de ajudar a reinventá-lo “por dentro”, tal como tinha assumido ao Expresso quando a visitámos em estúdio, em março do ano passado, para acompanhar as sessões de gravação do novo álbum. “O Camané tem uma frase maravilhosa: ‘A tradição constrói-se.’ É muito inspirador”, refere, no decorrer de uma conversa na qual faz, também, as devidas vénias a precursores como Alfredo Marceneiro ou a “mentora” Beatriz da Conceição.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.