“O que faço eu aqui?”, pergunta Bruce Chatwin em 1988, numa cama de hospital. Quer-se convencer, ou quer-nos convencer, de que sofre de malária, doença que teria contraído nas suas viagens, mas hoje sabemos que morreu de SIDA no ano seguinte. “O que faço aqui” não era em geral uma dúvida que o assaltasse. Desde que abandonou o emprego na leiloeira Sotheby’s, esteve em todo o lado, e raramente hesitou em ir ou em ficar. Esta colectânea, publicada em 1989, não é um lamento, mas um júbilo, mesmo nas ocasiões em que Bruce é agredido ou preso, fica esfomeado ou enfermo.