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Às portas do apocalipse, um grupo de ravers dança até ao fim do mundo. O abanão de “Sirât”, filme premiado em Cannes, chega a Portugal

Cativou o júri do Festival de Cannes, estreia-se no dia 31 e é um dos filmes do ano. O cineasta Oliver Laxe falou com o Expresso na Galiza natal e reconhece: “Sei que fiz um filme duro”

Luis (Sergi López), à direita, é um pai à procura de uma filha supostamente perdida nas raves no Atlas

Foi o filme que levou discussão a Cannes, foi o filme que pôs o grande público espanhol a ver cinema de autor. Chama-se “Sirât” e é a nova obra de Oliver Laxe, cineasta punk rocker que antes já tinha deslumbrado com “O Que Arde”, conto silencioso sobre o regresso de um pirómano à sua pequena aldeia na Galiza. Era já um golpear às perceções do espectador. Agora, esse golpear tem direito a um upgrade — somos, mais do que retirados do nosso conforto, questionados sobre a questão do nosso lugar enquanto espectadores numa obra que confronta a zona da ética humana num mundo a desaparecer.