No contexto da presidência francesa da União Europeia, Olivier Guez convidou 27 escritores, um por Estado-membro, a publicar um texto sobre a geografia cultural do Velho Continente, fazendo uma espécie de ponto de situação tanto do sonho europeu como das feridas, deceções e cicatrizes, novas e antigas, com a qual a estação presente é chamada a lidar. Ao volume antológico Guez chamou “Le Grand Tour”, mas a intenção evidente não é tanto a de retraçar uma deambulação turística, quanto à de descer aos porões desta nave civilizacional que somos, detalhando um corajoso autorretrato interior. A representante portuguesa é Lídia Jorge que parte, com brilho e desassombro, do emblemático promontório de Sagres e daquilo que a lâmpada gigante do farol revela de uma história, em parte consciente, em parte submersa.
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