As mãos de Koutar estão feridas com pequenos arranhões, são marcas que o sismo lhe deixou no corpo. Tem mais umas quantas, mas nem o hijab que lhe cobre a cabeça, nem o casacão de lã que veste, apesar dos 27 graus que se fazem sentir, as deixam à vista. Quando o sismo abanou a sua casa, numa pequena vila remota nas Montanhas do Atlas, em Marrocos, Koutar lançou-se para o irmão mais novo que dormia a seu lado para o proteger.
“Foi com esta mão que lhe tapei a cabeça.”
As feridas na mão de Koutar já sararam e ainda não chegaram médicos, nem a polícia e nem a ajuda humanitária à vila de Anougal, a 67 quilómetros de Marraquexe. O sismo matou 2800 pessoas, segundo a última contabilidade.