“Exatamente aí.”
Aarab Abdeli aponta para os nossos pés, que estão sobre um entulho de areia e pedra que é o único local minimamente estável. As paredes ruíram e não são mais que muros de alturas irregulares, o tecto já não existe. Ali, foi a sua sala. Era ali que a mulher e os três filhos estavam quando a terra começou a tremer, ele estava numa reunião da comunidade.
“Exatamente aí.”
Onde agora estão os nossos pés, Aarab escavou sem pensar. Precisamente dali, há pouco mais de um dia, tirou o corpo morto do filho de um ano e meio. “Está na mesquita”, conta um dos vários homens que se juntaram naquela sala aberta para ouvir contar - e ajudar a recontar - a mesma história que repetem desde a noite de sexta-feira, quando o sismo de 6.8 fez tremer a província de Marraquexe.