"Na sua vida, ainda com muito caminho a percorrer, José Tolentino de Mendonça tem-se mantido fiel ao lema contido no título do seu mais recente livro. Tem sido um humilde e generoso Peregrino da Esperança”, lê-se na ata do júri, citada pelo comunicado emitido esta quinta-feira pela organização.
Sentado entre o crítico de arte, José Luís Porfírio, e o musicólogo Rui Vieira Nery, Francisco Pinto Balsemão, presidente do júri, anunciou o vencedor, destacando ser José Tolentino de Mendonça “uma das vozes fundamentais da poesia portuguesa”. O fundador do jornal Expresso sublinhou ainda o “banho de cultura” que marca o debate que caracteriza o processo de seleção.
Para os jurados, “em todos os domínios da notável e diversificada atividade intelectual, José Tolentino de Mendonça projeta uma visão do mundo norteada por uma espiritualidade que pretende acolher, compreender e transcender as dilacerações, conflitos e sofrimentos da Humanidade”.
Alguém que, pode ler-se, “protagoniza uma conceção integradora, unificadora e universal da força espiritual da literatura, que lhe serve de guia desde sempre”. Sublinha-se ainda, no comunicado, que, “foi neste sentido que introduziu a poesia de Fernando Pessoa, entre outros escritores, nos Exercícios Espirituais do Retiro de Quaresma do Papa e da Cúria Romana, em fevereiro de 2023”.
Nascido na ilha da Madeira, em 1965, José Tolentino de Mendonça viveu os seus primeiros anos em Angola, tendo deixado África aos nove anos de idade, aquando da independência das colónias portuguesas. É licenciado em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa (1989) e doutorado em Teologia Bíblica pela mesma instituição (2004). Depois de uma longa atividade pastoral e eclesiástica, durante a qual ocupou altos cargos no Vaticano, foi nomeado pelo Papa Francisco Prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação.