Caricaturas de políticos estão longe de ser uma novidade e muitas vezes têm sido usadas em protestos de rua, mas um primeiro-ministro ser confrontado com uma representação sua pouco elogiosa durante uma manifestação é um acontecimento mais raro: aconteceu em 2013, quando Pedro Passos Coelho foi recebido na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa por alunos a empunhar um coelho enforcado; e aconteceu no passado fim-de-semana no início das comemorações do 10 de junho, em Peso da Régua, quando António Costa foi recebido por professores enfurecidos e vários exemplares de um cartaz com a sua cara com um focinho de porco, lápis cravados nos olhos e a mensagem “Demissão”.
Os cartazes polémicos são da autoria de Pedro Brito, professor de arte nascido em Matosinhos e atualmente a dar aulas em Évora. Não é a primeira vez que o seu trabalho surge no espaço público: a 25 de maio, o professor publicou no Twitter uma caricatura do ministro da Educação, João Costa, representado com um lápis espetado no olho esquerdo. E antes disso, a 22 de janeiro, o alvo foi o deputado e ex-líder da Iniciativa Liberal João Cotrim de Figueiredo, comparado na descrição do desenho a um “cão egoísta e agressivo” devido ao seu “individualismo exacerbado”.