Exclusivo

Europeias 2024

Europeias: a noite em que tudo ia mudar foi afinal a noite em que (quase) tudo ficou na mesma

A direita radical e a extrema-direita sobem, mas sem provocar um terramoto no Parlamento Europeu – pelo menos segundo os resultados provisórios, que mantêm o PPE como a maior família política, seguido dos socialistas e dos liberais. As forças pró-europeias continuam a ser a maioria e Von der Leyen é ainda mais favorita para continuar à frente da Comissão

Piroschka Van De Wouw

O Partido Popular Europeu (PPE) saiu reforçado, a presidente da Comissão Europeia (e recandidata ao cargo) também saiu mais forte nessa corrida, já a extrema-direita não saiu tão robusta como se antecipava. Puxando a fita do tempo destas eleições europeias, as sondagens apontavam para uma viragem à direita, muito à direita. O centro de gravidade da União Europeia ia deixar de se situar... no centro, deslocando-se para a direita mais extrema.

Chegou a falar-se num supergrupo de ultradireita que resultaria da fusão entre Conservadores e Reformistas Europeus (ECR, eurocéticos e com fações mais extremistas) e Identidade e Democracia (ID, declaradamente de extrema-direita). Uma família alargada que, no seu conjunto – e segundo algumas projeções –, poderia mesmo ultrapassar o maioritário PPE (centro-direita). Mas o ‘assalto’ da direita radical ao poder no órgão legislativo da União, que já havia sido tentado em 2019, também não foi desta que se concretizou.