Oliver Lembcke cresceu e estudou na Alemanha de Leste quando ainda havia um muro. Hoje é uma das vozes mais escutadas no tema dos populismos, dá conferências e é chamado com frequência à televisão. No entanto, os que lideram os partidos tradicionais alemães, aqueles para quem quer falar, não parecem querer ouvi-lo.
O maior partido da atual coligação no poder, os sociais-democratas do chanceler Olaf Scholz, o “partido guarda-chuva” da política alemã do pós-guerra, o que “apanhava todo o tipo de eleitores” está perto da exiguidade na Alemanha oriental.
No lugar deixado vago pela relutância dos partidos convencionais em compreender ou sequer reconhecer que há todo um país com preocupações muito óbvias - imigração, preços da energia e guerra são exemplos - crescem dois partidos populistas que, nos estados da antiga Alemanha do leste já somam cerca de 50% das intenções de voto.