Europeias 2024

Pedro Nuno queixa-se de falta de escrutínio à governação: “A AD pode tudo!”

“Apresentar planos sem custos, sem métrica, sem calendários - é fácil governar assim. A AD pode tudo.” Em Aveiro, Pedro Nuno Santos atira à governação “de combate” da AD. O líder dos socialistas avisou que o PS não será a oposição que “come e cala”, prometendo que o partido "não vai parar um minuto” nem “deixar-se condicionar”

TIAGO MIRANDA

Pedro Nuno Santos encerrou o penúltimo dia da campanha socialista para o Parlamento Europeu, esta quinta-feira, num comício em Aveiro, queixando-se da ausência de escrutínio à governação da AD.

“A AD pode tudo, apresentar planos sem custos, sem métrica, sem calendários - é fácil governar assim. A AD pode tudo”, afirmou, contrapondo esta ideia às exigências de orçamentação e calendarização a que estiveram sujeitos os governantes do PS.

Para o líder socialista, a suposta impunidade da AD foi ao ponto de ignorar advertências da CNE instando o Governo a retirar propaganda das redes sociais. E denunciou ainda: “O mapa das urgências [hospitalares] fechadas deixou de estar disponível online. Assim é mais difícil haver protestos à porta das Urgências fechadas”.

“A AD pode tudo e a oposição só tem de comer e calar. Pois não será assim!”, insistiu, dizendo que “o PS não vai parar um minuto” nem “deixar-se condicionar”.

Pedro Nuno Santos fez questão de responder a duas acusações de que o PS foi alvo na sequência da aprovação no Parlamento de medidas suas sobre o IRS: a de alinhar em entendimentos com o Chega e a de ignorar a classe média.

Quanto ao Chega, reafirmou: “Nós não controlamos nem mandamos no sentido de voto dos outros grupos parlamentares. Não vamos deixar de apresentar as nossas propostas porque há o risco de serem aprovadas. O PS não negoceia com o Chega”.

Quanto à questão da classe média diria: “É falso. A nossa proposta é para todos.” Ou seja, na verdade, segundo acrescentou, o que foi aprovado em sede de IRS abrange o triplo das pessoas que seriam abrangidas pela proposta (chumbada) do Governo.

A um dia de a campanha terminar, o líder socialista terminou dramatizando, dizendo que o voto no PS importa “para defender a democracia, defender a liberdade e defender o Estado de Direito”.

A campanha socialista iniciará esta sexta-feira o derradeiro dia com uma visita a um mercado em Setúbal. Depois seguirá para Lisboa concluindo-se com um arraial em Marvila. Pelo meio haverá a tradicional descida do Chiado - mas que desta vez não será antecedida do tradicional almoço da Trindade.