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Europeias 2024

Tânger Corrêa, um "dinossauro" na loja de porcelanas de Ventura

Das inacreditáveis teorias da conspiração às desautorizações públicas pelo líder, o cabeça de lista do Chega é um caso único. É difícil encontrar um candidato-catástrofe como este, que faz tudo ao contrário dos cânones políticos, mas nos partidos populistas nunca se sabe. O domingo revelará se os eleitores valorizam mais as gaffes de Tânger Corrêa ou a popularidade radical de André Ventura

"Viva eu!", gritou Tânger Corrêa no Porto, com uma ponta de auto ironia
José Fernandes

“Um dinossauro assustado”, nas palavras do próprio. António Tânger Corrêa, 72 anos diz-se “humilde” quando se define como um “dinossauro que vem de 40 anos a trabalhar por trás da cortina” como diplomata - sempre que pode puxa por estes galões - “e de repente abre o pano e tem assim uma rede de televisões à frente”, que o assustou "um bocado”. É uma coisa que intimida. O cabeça de lista do Chega, que começou como figura secundária de André Ventura, está a tornar-se uma estrela, pelas piores razões. Só na noite do próximo domingo se perceberá se a sucessão de contradições com o líder, embaraços e gaffes têm influência no resultado. “Mais duas semanas e ficava um profissional em campanhas”, diria Tânger aos jornalistas. Mas só há mais dois dias.