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Europeias 2024

Campanha do Chega: estas eleições são sobre uma possível vitória e reconfiguração da direita radical europeia

Ventura faz campanha nacional, mas admite uma fusão ou aproximação dos grupos da direita radical europeia, a cuja convergência Órban apelou. Mas mantém o tabu sobre uma eventual saída do grupo ID, de Le Pen. Projeções do “Politico” põem os partidos europeus da extrema-direita à frente do PPE e dos socialistas

André Ventura e Tânger Corrêa nos matraquilhos dos bombeiros de Mourão
José Fernandes

André Ventura tem razões políticas para ocupar todo o palco da campanha do Chega e em concentrar o discurso do partido em temas nacionais, deixando o cabeça de lista, António Tânger Corrêa, ofuscado como personagem acessória, obrigado a justificar a preponderância do líder. A estratégia do chefe da direita radical portuguesa concorre para dois objetivos simultâneos: ganhar lastro no terreno nacional com um resultado que lhe dê “conforto”, como já disse, para uma decisão sobre o Orçamento do Estado — e eventuais legislativas antecipadas —, mas também conquistar um grupo de quatro eurodeputados, pelo menos, que possa contribuir para uma maioria de forças populistas no Parlamento Europeu. Neste momento este cenário é uma forte possibilidade.