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Europeias 2024

As europeias em Itália — um jogo em casa

As eleições europeias do próximo mês de junho não suscitaram, no país transalpino, qualquer debate de fundo sobre as questões que afetam a União Europeia. Acabarão por ser apenas um teste eleitoral para os partidos italianos. Este artigo faz parte do projeto colaborativo Vozes da Europa, que envolve 27 meios de comunicação social de toda a UE e é coordenado pelo Voxeurop
Primeira-ministra de Itália Giorgia Meloni apresenta-se como cabeça-de-lista do seu partido Irmãos de Itália às eleições europeias
Remo Casilli/Reuters

Alessandro Calvi*

As eleições europeias do próximo mês de junho são vistas em Itália como mero jogo político caseiro, uma oportunidade para redefinir o equilíbrio do poder político nacional com base no resultado obtido na Europa. Isto apesar de as últimas eleições nacionais terem ocorrido recentemente, no outono de 2022, quando a direita obteve uma maioria aparentemente sólida. No entanto, nada mais está em discussão, apesar de existirem muitos assuntos na agenda europeia.

A guerra na Ucrânia, por exemplo, ou a crise no Médio Oriente, que dividiram e continuam a dividir, mesmo internamente, a coligação de direita, agora no Governo [composta pelos partido nacionalista Irmãos de Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni, o partido anti-imigração Liga, de Matteo Salvini, e a Força Itália, de centro-direita, outrora chefiada por Silvio Berlusconi], e os partidos da oposição de centro-esquerda. Ou as dificuldades da agricultura , que atraíram atenção política suficientemente sustentada para extinguir os protestos dos trabalhadores do sector.