Acabou o tabu que se arrastou mais dias do que era suposto: “É porque não sou impulsivo”, ironizou Pedro Nuno Santos, que anunciou esta quinta-feira que vai propor ao partido a abstenção em ambas as votações do Orçamento do Estado para 2025, na generalidade e na final global. A ameaça de crise política fica assim dissipada, por ora, mas há alertas para a discussão e votação na especialidade e para o ano que vem. Como não há acordo entre Governo e PS, o PS sente-se com “liberdade” para a discussão na especialidade, apenas condicionada pelo excedente orçamental com o qual concorda.
Para o ano que vem, o primeiro-ministro terá de procurar novo interlocutor, dado que Pedro Nuno Santos disse que não haverá conversas “prévias” e que o PS apenas se manifestará depois de entregue no Parlamento.
A abstenção do PS dará ao partido (e ao Governo) pelo menos até junho de 2026, quando o novo Presidente da República ganha poderes para poder dissolver a Assembleia da República. Assim, irá promover os Estados Gerais no partido durante o próximo ano. A discussão ideológica e de como defender a autonomia estratégia do PS começou, no entanto, com esta declaração em que fez dois avisos aos críticos: haverá renovação de pessoas e a ideia que o PS deve viabilizar orçamentos por causa do Chega não será “doutrina”.