Política

Delegação do PPE com Sebastião Bugalho impedida de entrar na Venezuela para acompanhar as eleições

Bugalho viajou esta sexta-feira para Caracas, com uma comitiva composta por 10 deputados do Partido Popular Europeu que iria acompanhar as eleições venezuelanas, marcadas para o próximo domingo

O eurodeputado português, Sebastião Bugalho, e os outros membros da missão de acompanhamento eleitoral do Partido Popular Europeu foram impedidos de entrar em território venezuelano e embarcados no primeiro voo para Madrid, confirmou a SIC Notícias.

Bugalho viajou esta sexta-feira para Caracas, com uma comitiva composta por 10 deputados do Partido Popular Europeu que iria acompanhar as eleições venezuelanas, marcadas para o próximo domingo.

Na rede social X, o líder do PP espanhol, Alberto Núñez Feijóo, denunciou a retenção dos membros da missão no aeroporto da capital venezuelana "pelo regime de Maduro".

"Exijo a sua libertação imediata e que o Governo de Espanha forneça os meios necessários para o efeito", escreveu na sua página na rede social, onde também publicou uma foto da comitiva.

Numa outra mensagem, o líder do PP garantiu que está em contacto com a venezuelana María Corina, da oposição.

Numa entrevista ao Diário de Notícias, publicada esta sexta-feira, o eurodeputado português garantiu que a missão de acompanhamento eleitoral do PPE na Venezuela tinha todas as condições "para correr com normalidade".

O Presidente do Panamá, José Raúl Mulino, também denunciou que um avião que transportava vários ex-chefes de Estado que viajavam para a Venezuela para participar como observadores nas eleições de domingo foi impedido de levantar voo.

“O avião da Copa [Airlines] que transportava a [antiga] Presidente Moscoso e outros ex-Presidentes para a Venezuela não foi autorizado a levantar de Tocumen, enquanto permanecessem a bordo, devido ao bloqueio do espaço aéreo venezuelano”, adiantou o chefe de Estado do Panamá na sua conta na rede social X.

Mais de 21 milhões de venezuelanos estão habilitados a votar nestas eleições presidenciais, cuja campanha eleitoral ficou marcada por um clima de grande tensão no país, em plena crise económica, social e política.

O atual chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), vai concorrer pela terceira vez para mais um mandato de seis anos.

Maduro enfrenta nas urnas Edmundo Gonzalez Urrutia (do Mesa de Unidade Democrática/MUD), o candidato da oposição que a maioria das sondagens coloca na liderança, embora sejam desvalorizadas pelo partido do Presidente, alegando que são fabricadas.

A organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Foro Penal denunciou que 135 pessoas foram detidas no país, no âmbito da campanha da oposição para as eleições de domingo, 47 das quais continuam presas.

A oposição tem denunciado há semanas uma “perseguição política” do poder com várias detenções, bem como encerramentos administrativos e multas impostas a comerciantes, hotéis ou restaurantes que trabalham com a oposição.

O Governo venezuelano acusa regularmente a oposição de fomentar conspirações contra o Presidente Nicolás Maduro.