Política

“Não votar é metermos a cabeça na areia”, diz Marcelo sobre as eleições europeias

Presidente da República apelou ao voto referindo que “já votaram antecipadamente mais de 225 mil portugueses” e lembrando que é possível votar em mobilidade

JOSÉ SENA GOULÃO

O presidente da República apelou este sábado ao voto nas eleições europeias deste domingo, referindo a importância que o ato eleitoral tem numa altura em que decorre uma guerra na Europa na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia: “Agora não votar é metermos a cabeça na areia, é perdermos por falta de comparência. Em vez de dizermos o que queremos, de darmos mais força aos nossos representantes na Europa, de darmos mais força à Europa no mundo”.

Numa declaração em direto a partir do castelo de Leiria, às 20h, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que a situação hoje na Europa é greve, sobretudo quando comparada com as últimas eleições de 2019. “Amanhã vamos poder votar na Europa que queremos para os próximos 5 anos e este voto é muito diferente do voto de 2019. Em 2019 não tínhamos vivido a pandemia nem a crise económica e social que provocou, nem a guerra na Europa envolvendo grandes potências do mundo nem mais outra crise que ainda não acabou como não acabou a guerra. Acreditava-se que tudo podia ser mais rápido no crescimento contínuo das economias e na muito maior justiça social corrigindo as desigualdades em que perdem as pessoas no seu dia-a-dia, perdem sempre os mais pobres dependentes e frágeis”.

“Em 2024 vivemos e sabemos aquilo que não vivíamos nem sabíamos em 2019”, acrescentou o chefe de Estado. “Vivemos o que sabemos ser a situação mais grave na Europa nos últimos 30 anos”.

Referindo que “já votaram antecipadamente mais de 225 mil portugueses”, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que é possível votar amanhã em mobilidade, “isto é, onde quer que nos encontremos e haja uma secção de voto”.

“No passado temos ligado de menos a estas eleições que no entanto sendo sobre a Europa são também sobre Portugal, sobre nós próprios, a nossa democracia, as nossas condições de vida, a nossa circulação, as nossas comunidades na Europa”, disse também o presidente da República. Agora o que está em causa é uma guerra, os seus efeitos e a urgência de garantir o mais rapidamente possível que seja ultrapassado o que vivemos. Agora já não podemos fazer de conta que não há guerra, que nos é indiferente que dure pouco ou muito ou o modo como acaba, que ela não nos toca a todos nos preços, nos salários, no emprego na incerteza sobre o nosso futuro”.

“Vale a pena desta vez ainda mais do que nunca mostrar que o voto é uma arma, uma arma de liberdade, de democracia, de paz, a arma que não existia até 1974. Desperdiçá-la é desperdiçar uma oportunidade ainda mais única de construirmos o nosso futuro. Usá-la neste momento nos 50 anos do 25 de abril e sobretudo num momento crítico para a Europa para Portugal e para todos nós é mais importante, necessário e urgente do que nunca. Usá-la e ir amanhã votar é sermos também nós a decidir esse futuro”, concluiu.