Desta vez, Marcelo Rebelo de Sousa escolheu deixar o grosso da conversa política para o primeiro-ministro empossado. Foi Luís Montenegro quem tentou balizar a durabilidade da legislatura (quatro anos), quem pediu que o deixem trabalhar e fazer reformas, quem desafiou o PS a dizer se quer ser oposição ou bloqueio, quem agitou o papão de uma eventual moção de censura que o tente derrubar, e quem assim sinalizou estar disposto a liderar um Governo de combate. O Presidente da República, desta vez, não arriscou ler nas folhas do chá - o tempo “é curto", a tarefa “muito difícil", Marcelo espera e confia que não seja uma missão impossível.
“Missão Impossível? Não creio”, afirmou, sem disfarçar a ansiedade que o novo ciclo lhe merece. Porque os portugueses quiseram mudar e (boa notícia, pareceu) “escolheram dar a vitória ao setor moderado e não ao setor radical da direita”, mas a vitória da mudança “foi exígua”, “foi difícil, porventura a mais estreita em eleições parlamentares”. E os sinais de alarme são vários, cá dentro e lá fora.