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Redução dos juros na CGD, auditoria à Defesa ou intervenção pública na Global Media: BE apresenta medidas em 10 áreas

Foram 10 as áreas em que o Bloco de Esquerda assentou o seu programa eleitoral - da habitação à saúde, da educação à corrupção. Mariana Mortágua disse “ao que vem” e desafiou todos os partidos a fazerem o mesmo antes dos debates eleitorais

FILIPE AMORIM

O Bloco de Esquerda foi o primeiro partido a apresentar as primeiras linhas do programa eleitoral. Este sábado, em Lisboa, Mariana Mortágua passou mais de uma hora a mostrar “ao que vem” em dez áreas diferentes da habitação à saúde, da corrupção à comunicação social. “Esta é uma alternativa à esquerda, um projeto de esperança para todo o país. Tanto para as eleições legislativas como para as regionais dos Açores”, lançou a coordenadora do Bloco. Entre as “soluções” apresentadas estiveram medidas como a redução dos juros no crédito à habitação da Caixa Geral de Depósitos (CGD), 25% da nova construção para habitação acessível, uma auditoria ao Ministério da Defesa ou a intervenção pública para estabilização da Global Media. Contudo, foram apresentadas apenas as linhas gerais e o programa detalhado será divulgado nos próximos dias.

“Aqui estão as soluções para quem quer saber como se baixa o preço das casas, como se fixam profissionais no Serviço Nacional de Saúde, como se garante que os alunos têm professores. Aqui estão as soluções para quem é exigente com futuro e acredita que Portugal pode ter um futuro melhor, esse é o compromisso do Bloco”, resumiu perante os fortes aplausos da sala lotada do Teatro Thalia, em Lisboa.

Grande parte do programa eleitoral do Bloco surge como resposta ao “legado da maioria absoluta do PS” que “agravou crises que sentimos na pele e que vemos todos os dias no nosso país”. Esta critíca engloba as áreas dos salários, modelo económico, serviços públicos e habitação. Contudo, são também estas algumas das áreas que os bloquistas querem negociar com o PS para uma nova ‘geringonça’. Sobre isto, Mariana Mortágua não avançou como é que o seu partido pretende aliar-se aos socialistas, os mesmos que já acusou de quererem dar continuidade às políticas de António Costa. A líder do Bloco voltou a declarar apenas que quer “maiorias para resolver problemas estruturais para o país” e “compromissos” em torno de um “programa”.

Com o resumo das medidas apresentadas, Mariana Mortágua desafiou os restantes partidos a seguirem o exemplo antes dos debates eleitorais – que se iniciam na primeira semana de fevereiro. “O pior para a democracia era o debate não se focar em medidas concretas, mas em intenções que não foram escritas”, avisou.