Pela voz do secretário-geral Hugo Soares, o PSD exigiu esta quarta-feira conhecer o despacho das Finanças para a compra de ações dos CTT e pediu explicações ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, assumindo que esteve envolvido nesta decisão como ministro das Infraestruturas.
As posições foram transmitidas por Hugo Soares em conferência de imprensa, na sede nacional do partido, em Lisboa, na sequência de uma notícia do Jornal Económico segundo a qual o anterior Governo, sem o divulgar, instruiu a Parpública a comprar ações dos CTT através de um despacho do então ministro das Finanças, João Leão.
O secretário-geral do PSD começou por dirigir-se ao primeiro-ministro, António Costa, que acusou de andar em "campanha eleitoral usando o Governo de Portugal a favor do PS" e a quem exigiu que torne público o despacho do Ministério das Finanças em causa e explique o que motivou essa decisão de compra de ações dos CTT.
"É importante também saber se o ministro que tutelava o setor das comunicações, na altura Pedro Nuno Santos, deu ou não também instruções às Finanças, para que esta aquisição, conforme a lei prevê, pudesse ser feita. O PSD exige saber se o dinheiro dos contribuintes foi ou não usado para um eventual acordo com o Bloco de Esquerda com vista à aprovação do Orçamento do Estado, que é uma notícia que está na comunicação social", acrescentou.
Hugo Soares sugeriu que a decisão de comprar ações dos CTT pode ter sido "um capricho de Pedro Nuno Santos, de resto, como já teve na TAP", e defendeu que o recém-eleito secretário-geral do PS "tem de dar a cara e tem de explicar" qual foi o seu envolvimento.
"Que digam definitivamente ao país o que é que está em causa neste negócio que neste momento é envolto em grande obscuridade", declarou.
O secretário-geral do PSD alegou que "o Estado já está a perder dinheiro" com a compra de ações dos CTT e referiu que "tem de ser feita, nos termos da lei, por decisão conjunta do Ministério das Finanças e do ministério que tutela a área setorial".
"Deve ser feita por um despacho do Ministério das Finanças, que deve ser público, mas também com o aval, com a concordância e se calhar com a orientação do ministério que tutelava as comunicações em Portugal. Esse ministério era dirigido por Pedro Nuno Santos. Pedro Nuno Santos brincou aos aviões e depois quis brincar aos correios, mas isso custa dinheiro aos portugueses, e temos de saber essa explicação", reforçou.