Vítor Escária é o homem-chave de António Costa no Governo, embora formalmente não faça parte do Executivo. É tão discreto quanto poderoso. A tal modo que é a porta que se fecha, até a ministros. Para falarem com o chefe do Governo têm de passar pelo apertado filtro do seu chefe de gabinete. Economista de profissão, especialista em fundos europeus, é a sombra do primeiro-ministro e uma espécie de 'ministro-adjunto' com poderes reforçados.
Quando António Costa saiu de Belém, no célebre dia do conflito com o Presidente da República por causa do ministro João Galamba, em maio deste ano, foi com Vítor Escária que desabafou e traçou a estratégia de resposta, ainda no átrio do Palácio de Belém. Ambos com ar grave, Escária olhou para cima e entraram no carro. Foi então que o primeiro-ministro decidiu ligar o seu destino ao do seu ministro das Infraestruturas. Quem lá estava no momento da decisão era o seu chefe de gabinete.
A confiança em Escária é de tal ponto que o economista regressou ao Governo - e diretamente para São Bento para chefiar o gabinete do primeiro-ministro - depois de ter saído na sequência do caso GalpGate.