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“Sempre fui um animal político. É uma atração por natureza”: António Pinto Leite numa grande entrevista

Histórico social-democrata e advogado, antigo jornalista e cronista, tem uma vida que não se esgota no currículo. Aos 69 anos, numa altura em que lança a autobiografia, dá a primeira grande entrevista

É

um homem de vida cheia. Foi um histórico do PSD, ativo na militância política desde a fundação do partido, apontado como um sucessor natural na liderança até sair definitivamente em 1992, para se dedicar a tempo inteiro à advocacia e integrar a sociedade Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados. Pelo meio, foi editor de política no jornal “Semanário”, a convite de Marcelo Rebelo de Sousa, grande amigo, assinou uma crónica no Expresso, deu aulas na Universidade de Lisboa e na faculdade de Direito da Universidade Católica de Lisboa, foi presidente do Conselho Diretivo da Escola Superior de Educação, presidente do Centro de Arbitragem Comercial da Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa. Mas uma vida não se esgota no currículo. Neste percurso, motivado por muitas convicções e inquietações, António Pinto de Leite assume-se como um ser livre e insubmisso. Desde logo, nos anos da juventude, assombrados por procuras existenciais que o levaram a trocar um exame de Direito por uma viagem à boleia pela Europa ou a entrar no combate político, durante os anos turbulentos do PREC. Foi segurança do partido, trabalhou como empregado de mesa, deu mil voltas à vida, fintando-se, mesmo, até “aterrar na realidade como ela é”.