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Montenegro, no Japão, promete acelerar TGV mas alerta contra quem "corre muito depressa" na política

“Quem corre muito depressa, sem saber para que direção vai, muitas vezes pode não obter o resultado que pretende”, disse o primeiro-ministro durante uma viagem de comboio no Japão

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, acompanhado pelo presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Domingos Castro, e pelo embaixador de Portugal no Japão, Gilberto Jerónimo
ANTÓNIO COTRIM

A bordo do comboio-bala que liga Tóquio a Osaka, o primeiro-ministro prometeu esta sexta-feira acelerar a alta velocidade em Portugal e aproveitou para avisar contra quem, na política, "corre muito depressa" sem saber a direção.

No último dia da visita oficial ao Japão, Luís Montenegro percorreu os cerca de 500 quilómetros que separam Tóquio de Osaca no comboio de alta velocidade, que faz o percurso em pouco mais de duas horas.

"É um comboio que nos faz lembrar a importância que tem a alta velocidade ferroviária, no caso do nosso país, ligando as duas grandes cidades, Lisboa e Porto, mas também depois a ligação a Espanha e ao resto da Europa", afirmou, numa conversa com os jornalistas a bordo.

O primeiro-ministro salientou a importância da ligação de "todas as capitais europeias" por transporte de alta velocidade ferroviária, considerando que será benéfico "para a economia, para a mobilidade das pessoas e também para o ambiente".

Questionado sobre quando poderá estar concretizado esse plano em Portugal, Montenegro comprometeu-se a "acelerar ao máximo e não atrasar mais a execução" do projeto.

Já à pergunta sobre se a política portuguesa anda quase tão depressa como o 'comboio-bala' japonês, no dia em que foi divulgada uma sondagem que coloca o Chega à frente da AD nas intenções de voto, o chefe do Governo deixou um recado.

"A política é sempre realizada a grande velocidade, mas é preciso também ter a noção de que quem corre muito depressa, sem saber para que direção vai, muitas vezes pode não obter o resultado que pretende. Nós somos muito tranquilos nesse caminho, não queremos perder tempo, mas também não queremos fazer nada à pressa", afirmou.

Ainda sobre o projeto de alta velocidade em Portugal, o primeiro-ministro detalhou que a ligação Lisboa-Porto está já "em obras, em atos preparatórios de obra física, nomeadamente as expropriações", mas está adjudicado.

Montenegro acrescentou que, depois desta ligação, e da prevista entre Porto-Vigo, "já no terreno", será realizada a de Lisboa a Madrid, que ligará diretamente o futuro aeroporto Luís de Camões à capital espanhola. "O transporte ferroviário tem a vantagem de ser rápido e de ser também um transporte muito amigo do ambiente", salientou.

O primeiro-ministro termina hoje uma visita oficial de dois dias ao Japão com programa na Expo Osaka.

Montenegro chegou na segunda-feira a Pequim, onde realizou uma visita oficial de dois dias à China, com passagem por Macau, seguindo depois para Tóquio, onde, na quinta-feira, manteve encontros com o homólogo japonês, com empresários e com atletas que vão representar Portugal nos Mundiais de Atletismo.

Hoje à tarde, o primeiro-ministro visitará os pavilhões de Portugal e do Japão na Expo Osaka, que termina a 13 de outubro.

Portugal é um dos 161 países presentes na exposição dedicada ao tema: "Desenhar as Sociedades do Futuro para as Nossas Vidas".

A participação portuguesa na exposição tem como tema "Oceano: Diálogo Azul", contando com o envolvimento de mais de 150 empresas, associações, autarquias e artistas nacionais.