Exclusivo

Política

As memórias de Ferro Rodrigues: “Dificilmente sanável esta ferida aberta” entre Marcelo e Costa

“Assim Vejo a Minha Vida” é um exercício de memória à solta, que revisita momentos marcantes dos últimos 50 anos. Ferro deixa avisos para hoje e para amanhã

“Algo de estranho paira no ar” é o título escolhido por Eduardo Ferro Rodrigues para o capítulo de três folhas e meia que dedica ao atual momento político, no livro autobiográfico que na próxima segunda-feira lançará em Lisboa. “Assim Vejo a Minha Vida” é um hiperescorreito exercício de memória, com direito a emoção e partilhas intimistas, que se lê num ápice e que passa em revista os momentos mais marcantes dos últimos 50 anos. Inclui um foco curto mas incisivo “no vento de insanidade que se abateu sobre nós a partir de 2021” e que o autor vê “a generalizar-se, aqui e na Europa”.

Descrente ou distraído dos 30% de base eleitoral sólida com que o PS continua (apesar do tombo monumental que sofreu no último ano) a aparecer nas sondagens, Ferro Rodrigues diz que não pode nem quer esquecer o que se passou com os partidos socialistas e sociais-democratas em França, Itália, Grécia e no Norte da Europa, avisa que “pensarmos que estamos ao abrigo desta aberração é pensarmos mal”, e confessa “lamentar muito que algumas pessoas que admiro e prezo alinhem neste festival populista, de terra queimada e de ‘crisismo’ paranoico”.