Num breve comentário, Luís Montenegro afirmou que “reina a confusão no Governo” caso se confirmem as respostas do primeiro-ministro a um requerimento do PSD com 15 perguntas sobre a atuação do Serviço de Informações de Segurança (SIS) para a recuperação do portátil do ex-adjunto de João Galamba, divulgadas esta quinta-feira pela Lusa e o Expresso. Já o líder da IL, Rui Rocha, disse continuar com “muitas dúvidas” e que são vários os pontos “omissos” nas respostas de António Costa que circulam na comunicação social.
“Não compreendo como é que até à hora que vim para aqui o gabinete do primeiro-ministro não tenha informado o Parlamento quando toda a imprensa já tem as respostas”, começou por criticar o líder do PSD, em declarações aos jornalistas, no Congresso das Misericórdias, em Lisboa.
Lamentando que as respostas não tenham chegado ainda à Assembleia da República (AR), Montenegro defendeu que está em causa mais um “episódio de degradação institucional” da vida política portuguesa. “Lamento profundamente esta forma de atuar que vem, quase com estilo provocatório, avolumar a degradação institucional que o Governo tem vindo a promover nos últimos meses", acrescentou.
“Se as respostas que forem enviadas ao Parlamento forem aquelas que circulam na comunicação social, reina a confusão no Governo de Portugal”, insistiu. Também o líder da bancada do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, defendeu que está em causa um "desrespeito para a AR" uma vez que as “eventuais respostas” do primeiro-ministro às perguntas que o PSD colocou na quarta-feira sobre a atuação do SIS no caso do portátil do ex-adjunto do ministro das Infraestruturas ainda não deram entrada no Parlamento, “mas desde as 6h30 da manhã já estão na comunicação social”.
IL aponta “versões contraditórias”
Sem acesso às respostas oficiais de Costa, Rui Rocha considerou que subsistem “versões contraditórias” e “dúvidas” que tardam em ser esclarecidas pelo PM. “Continua a não haver uma explicação, uma versão concreta, relativamente ao telefonema de João Galamba a Mendonça Mendes. O primeiro-ministro tem-se recusado a responder a essa pergunta”, declarou o líder da IL, nos Passos Perdidos, no Parlamento.
O presidente dos liberais criticou também o facto de o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro ter sido a única pessoa citada por Galamba que ainda não respondeu à pergunta e que há mais questões colocadas pela IL sem resposta. “Espero que Mendonça Mendes venha dizer verdade à comissão de Assuntos Constitucionais. Acredito que sendo dita a verdade provavelmente João Galamba não passará”, atirou.
Sobre o facto de o primeiro-ministro ter garantido, nas respostas divulgadas pela imprensa esta manhã, que a indicação para contactar o SIS não partiu do seu gabinete, Rocha sublinhou que Galamba respondeu “claramente”, na comissão de inquérito da TAP, ao deputado Bernardo Blanco que “tinha havido uma orientação de Mendonça Mendes na própria noite dos acontecimentos no sentido de envolver o SIS nesta questão.”