Perante “muitas dúvidas” sobre os esclarecimentos do Governo, a Iniciativa Liberal (IL) enviou esta quinta-feira uma questão adicional ao primeiro-ministro, depois de ter dirigido formalmente seis perguntas que foram agora respondidas pelo gabinete de António Costa.
Desta vez, os liberais questionam o chefe do Governo “em que momento exato” teve conhecimento “da conversa tida entre o secretário estado adjunto do primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas no dia 26 de abril, às 21h52, conforme foi relatado pelo ministro das Infraestruturas em depoimento prestado à Comissão Parlamentar de Inquérito à Gestão Pública da TAP”
“Para a IL importa esclarecer cabalmente a conduta do ministério das Infraestruturas, bem como o papel do primeiro-ministro, ao longo de todo este processo. Trata-se, acima de tudo, da procura da verdade, perante dúvidas que se adensam a cada oportunidade perdida que é dada ao Governo para clarificar esta questão”, defende o partido de Rui Rocha.
Lembrando que Galamba afirmou na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP que terá falado com o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro “às 21h52 do passado dia 26 de abril", na sequência dos incidentes no ministério, os liberais sublinham que o PM e Mendonça Mendes “recusaram em quase 30 ocasiões” a existência daquela conversa.
Para a IL é importante perceber o conteúdo da suposta conversa, nomeadamente as indicações que terão sido dadas para o envolvimento do SIS no caso da recuperação do computador do ex-adjunto de Galamba.
Nas respostas enviadas à IL, Costa reafirma as respostas às questões dos sociais-democratas. Diz que a “iniciativa de contactar o SIS partiu da própria chefe do gabinete do ministro das infraestruturas” e considera que a responsável “agiu corretamente perante a quebra de segurança de documentos classificados guardados num computador portátil”.
Garante ainda que “nenhum membro” do Executivo “deu qualquer instrução, ordem ou orientação” ao SIS, frisando ainda que a secretária-geral do SIRP e o diretor do SIS já afirmaram na comissão parlamentar que não há indícios de ter havido atuação ilegal por parte do SIS.
Foi no passado dia 28 de abril, que a IL enviou um conjunto de questões ao primeiro-ministro, após o Expresso ter avançado que o gabinete de João Galamba acionou o SIS para recuperar o computador do adjunto do ministro.