Política

Medina sem “autoridade política” para ser ministro das Finanças e gerir dinheiros públicos, diz PSD

O líder parlamentar do PSD falava aos jornalistas no parlamento pouco depois de Fernando Medina ter anunciado que pediu para ser ouvido no âmbito do processo que motivou na terça-feira a realização de buscas na Câmara de Lisboa, embora desconheça “em absoluto” a investigação em curso

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FOTO NUNO BOTELHO

O PSD insistiu esta quinta-feira que Fernando Medina “não tem autoridade política para ser ministro das Finanças” e para “gerir dinheiros públicos”, argumentando que “nunca sabe de nada”, nem no Governo, nem quando era autarca de Lisboa.

O líder parlamentar do PSD falava aos jornalistas no parlamento pouco depois de Fernando Medina ter anunciado que pediu para ser ouvido no âmbito do processo que motivou na terça-feira a realização de buscas na Câmara de Lisboa, embora desconheça “em absoluto” a investigação em curso.

“Ainda bem que assim é. O ponto do PSD não é sobre justiça, deixemos a justiça fazer o seu trabalho. O nosso ponto é político, no ponto político o senhor ministro das Finanças não prestou os esclarecimentos que o país exige. Pelo avolumar de casos, o ministro não tem o peso político, a autoridade política para exercer funções de ministro das Finanças”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento.

O líder parlamentar do PSD apontou que Medina “nunca sabe de nada: “Não sabia o que se passava na Câmara de Lisboa quando era presidente da autarquia e agora enquanto ministro das Finanças continua a nunca saber de nada”, disse.

“Não tem autoridade política que se exige na pasta mais importante da governação, para ser o gestor dos dinheiros públicos e para controlar, do ponto de vista orçamental, o Governo e os outros ministérios, porque quando esteve noutras funções não teve esse cuidado com os dinheiros públicos”, disse.

Questionado se o PSD defende a demissão do ministro das Finanças, Miranda Sarmento remeteu a responsabilidade dessa decisão para o primeiro-ministro.

“Se os ministros são um peso negativo para o Governo, acabam por ser responsabilidade do primeiro-ministro. O PSD entende que o sr. ministro das Finanças não tem hoje condições para exercer aquela pasta tão importante da governação”, disse.

À pergunta se o PSD não se está já a antecipar as conclusões da justiça, o líder parlamentar social-democrata respondeu negativamente.

“Compete à justiça avaliar sobre a legalidade ou não dos atos praticados. Estamos a dizer que, do ponto de vista político, um ministro das Finanças que nunca sabe de nada e em matérias que envolvem gestão e controlo dos dinheiros públicos não tem autoridade política para impor esse controlo aos outros Ministérios”, disse.

Miranda Sarmento não excluiu pedir uma nova audição parlamentar de Fernando Medina, mas lembrou que foi por um agendamento obrigatório dos sociais-democratas que o ministro esteve na semana passada na Assembleia da República.