Uma das vulnerabilidades da ciberdefesa militar em Portugal é a falta de recursos humanos, uma lacuna transversal e crítica nas Forças Armadas, mas que afeta de forma aguda uma área tecnológica e que está em “guerra” permanente, uma vez que os ataques são frequentes e ainda esta semana a Defesa Nacional sofreu mais uma intrusão no sistema. O Centro de Ciberdefesa do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), sob o comando do almirante Silva Ribeiro — que foi atacado esta semana —, devia ter 90 efetivos desde 2021, mas trabalha apenas com cerca de 40, entre oficiais, sargentos e praças, apurou o Expresso junto de fontes militares.
O problema não é novo, está identificado, e chegou a ser difícil manter os turnos de 24 horas durante sete dias por semana com as carências do pessoal. Embora a vigilância ‘ciber’ continue a ser feita 24 horas por dia, uma fonte desta área diz ao Expresso que é difícil fazê-lo mantendo os níveis de qualidade exigidos. Para se chegar ao número de efetivos necessário, tinha ficado estipulado que cada ramo das Forças Armadas — Exército, Marinha e Força Aérea — devia fornecer ao EMGFA 30 militares prontos a exercer estas funções, totalizando os 90 efetivos previstos, mas esse número nunca foi atingido e ficou-se pela metade. Aliás, o objetivo é ambicioso e a meta que ainda está para aprovação, apurou o Expresso, é reforçar os recursos para o EMGFA chegar aos 250 efetivos no centro de ciberdefesa até em 2026.