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Rio pede ao PSD que não desperdice "oportunidade" de derrotar PS

Gaba-se de ter "muita gente" que votaria PS a dizer que vota em si se for candidato, e diz que é esse o segredo para o PSD destronar o governo desgastado de Costa. É a janela de oportunidade perfeita e o PSD só a desperdiça se eleger o "impreparado" Paulo Rangel para candidato a primeiro-ministro. Eis os argumentos (e o programa) de Rio para convencer o partido a votar em si, e eis as perguntas que os militantes da Madeira lhe fizeram naquela que foi a única sessão de esclarecimentos de Rio na campanha interna

Rui Rio lançou a candidatura no Porto para completar a “inversão do ciclo político” e ganhar eleições legislativas

"Vejo aqui muitas pessoas que ajudaram, ao longo dos anos, a fazer da Madeira aquilo que ela é". O jardinismo estava, de facto, espalhado pela plateia de mais de uma centena de militantes do PSD que se juntou, esta terça-feira ao final do dia, para ouvir Rui Rio falar na qualidade de candidato à liderança do PSD. Ex-secretários regionais, o antigo vice-presidente do governo regional, atuais autarcas e o ex-deputado Guilherme Silva marcaram presença. Já o atual presidente do governo regional, Miguel Albuquerque, e Pedro Calado, presidente da câmara do Funchal, não estavam entre os presentes, embora já tivessem estado com Rui Rio nesta visita de dois dias à Madeira - a única que acedeu fazer na qualidade de candidato.

A exceção foi aberta, segundo o próprio, por ser a única região do país que não visitou em setembro, no período de campanha para as autárquicas. Mas o motivo pode estar além disso: são quase 3 mil os militantes que pagaram as quotas para votar no próximo sábado, num trabalho de convencimento no qual Alberto João Jardim se tem empenhado pessoalmente. Nas diretas de há dois anos, os votos da Madeira acabariam por não ser contabilizados por divergências relacionadas com os critérios do pagamento de quotas, mas, se tivessem sido contados, a vitória, ali, teria sido de Miguel Pinto Luz - hoje apoiante de Paulo Rangel de primeira linha. Miguel Albuquerque não formalizou o apoio a nenhum dos candidatos, mas é conhecida a sua simpatia pela ala mais à direita do partido. "Está muito dividido", comenta-se na comitiva de Rio.