Quase metade das câmaras onde os presidentes estavam em limite de mandatos mudaram de partido nestas eleições autárquicas. Já é tradição ocorrerem estas mudanças quando os autarcas já não se podem recandidatar e, desta vez, a cor partidária passou a ser outra em 16 dos 36 concelhos (44%) que estavam no limite. O risco será ainda maior nas eleições autárquicas de 2025, agora que 132 presidentes de câmara entram no seu terceiro e último mandato, o que se anuncia como um problema para todos os partidos, mas, sobretudo, para o PS, a quem pertence quase metade dessa lista.
Segundo os dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna analisados pelo Expresso, dos 132 presidentes de câmara que vão estar em limite de mandato nas próximas eleições, 63 são socialistas. Contam-se ainda 47 do PSD, 13 da CDU, três do CDS e seis independentes. Em risco no PS fica Sintra (Basílio Horta), Amadora (Carla Tavares), Covilhã (Vítor Pereira), além do Montijo, Guimarães, Idanha-a-Nova ou Gondomar, e de bastiões como Lourinhã, Gavião, Olhão ou Portimão, que votam PS desde 1976.