O Governo compromete-se a dar sequência e a garantir a continuidade da obra deixada por Jorge Sampaio no apoio a jovens estudantes que se vejam forçados a fugir dos seus países. “Evidentemente, queremos prosseguir com a Plataforma Global para os Estudantes Sírios (criada pelo ex-Presidente da República em 2013), garantir que o seu financiamento vai ser mantido e trabalhar para a sua extensão a outras realidades, como decorre da última proposta de Jorge Sampaio”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) ao Expresso. Augusto Santos Silva afasta qualquer hipótese de a herança do ex-Presidente cair pelo caminho — “a plataforma não pode senão continuar”, afirma — e sublinha que o MNE mantém um embaixador destacado para acompanhar todo o processo.
José Morais Cabral, diplomata, ex-embaixador de Portugal em Israel, em França e no Conselho de Segurança da ONU e ex-chefe da Casa Civil e velho amigo do Presidente Sampaio, foi a escolha do Governo português para assegurar a ligação entre o MNE e a plataforma e para estender a ação de apoio a estudantes refugiados a outros países e parceiros internacionais. Ao Expresso, Morais Cabral explica que, embora os gabinetes dos ex-Presidentes da República se extingam quando o titular morre, a continuidade da plataforma, que teve no gabinete do ex-Presidente Sampaio um pilar essencial, “está assegurada do ponto de vista legal”.