O Grupo Parlamentar do PSD entregou, esta sexta-feira, um requerimento para que o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros seja ouvido no Parlamento, com caráter de urgência, a propósito dos esforços diplomáticos realizados no sentido de Portugal se manter na “lista verde” do Reino Unido como destino seguro para os cidadãos britânicos face à pandemia Covid-19.
A bancada social-democratas salienta que a decisão do Reino Unido, conhecida esta quinta-feira, de retirar Portugal da “lista verde” do Reino Unido como destino seguro “põe em risco a recuperação financeira dos setores vitais para economia do país, como o turismo, a hotelaria e a restauração, uma vez que os britânicos que visitem Portugal voltam a ser obrigados a dez dias de quarentena no regresso ao seu país”.
Para o PSD, a reversão do Governo de Boris Johnson é “muito prejudicial à comunidade portuguesa residente no Reino Unido, que será quem sofrerá mais com estas restrições” e que “os portugueses residentes no Reino Unidos veem prejudicadas as suas intenções de viajarem para Portugal durante o verão”.
O partido liderado por Rui Rio lembra que um dos argumentos do ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, relaciona-se com o aumento de casos em Portugal e o aparecimento de uma “mutação do Nepal”, mas, em resposta ao alerta desta mutação, o Instituto Ricardo Jorge, através de João Paulo Gomes,já salientou: “Penso que, muito honestamente, se está a fazer uma tempestade num copo de água, que não tem explicação, não faz sentido absolutamente nenhum. Estamos a falar da variante indiana, que tem 12 casos, mas poderia dizer que depois temos mais 15 ou 16 com outra mutação. Naturalmente que esta é uma mutação preocupante e há que ser vigiada”.
Em comunicado, o PSD critica a forma como a tutela reagiu à retirada de Portugal da lista verde que apanhou o Governo de surpresa. “Tomamos nota da decisão britânica de retirar Portugal da ‘lista verde’ de viagens, uma decisão cuja lógica não se alcança”, lê-se numa nota publicada, na rede social Twitter, pelo Ministério chefiado por Augusto Santos Silva.
Por isso, o PSD adverte que o “que se pode interpretar é que se trata de uma mera reação e de conformismo, que não demonstra nenhuma prevenção diplomática para evitar esta decisão, quando a mesma, pelas razões apontadas, não tem correspondência com a realidade”. Sendo esta uma “questão sensível e com consequências económicas graves para a economia nacional, em especial para o turismo e também prejudicial para os portugueses residentes no Reino Unido é necessário que o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros explique os esforços que realizou até ao momento da decisão e que iniciativas desenvolverá para que a imagem de Portugal não seja prejudicada ao esforço que todos os portugueses têm realizado no combate à pandemia”.