A deputada do BE Sandra Cunha pediu esta sexta-feira a renúncia ao mandato depois de o Ministério Público ter solicitado o levantamento da imunidade parlamentar para a constituir como arguida num processo de discrepâncias com moradas indicadas no parlamento.
“A minha constituição como arguida leva-me a pedir a renúncia ao meu mandato de deputada à Assembleia da República. Por motivos pessoais, porque pretendo defender o meu bom nome com total liberdade, e por motivos políticos, porque não quero que a continuidade em funções durante a minha defesa possa ser usada como arma de arremesso contra o Bloco de Esquerda”, pode ler-se numa nota publicada nas redes sociais da agora ex-deputada.
De acordo com Sandra Cunha, o Ministério Público pediu o levantamento da sua imunidade parlamentar “para ser constituída arguida na sequência da identificação de discrepâncias nas moradas” que indicou ao Parlamento entre 2017 e 2018.
De acordo com a bloquista, essas discrepâncias foram esclarecidas “oportunamente”, no momento em que as corrigiu.
O próprio partido emitiu um comunicado na altura a que a ex-deputada se refere, relativo a outros dois membros da bancada bloquista.
Em relação a Sandra Cunha, o BE explica que nunca houve recebimento indevido de ajudas de custo porque a deputada, de facto, vivia em Sesimbra e não em Almada (concelho para o qual o pagamento é menor).
Sandra Cunha terá declarado Almada como morada de residência para dar apoio à família.
Ativista pelos direitos humanos é a substituta
Diana Santos, psicóloga clínica com 36 anos e ativista pelos direitos humanos e civis das pessoas com deficiência, é a substituta que vai entrar na bancada do Bloco de Esquerda.
A psicóloga, que tem 36 anos e é tetraplégica, ocupava o quarto lugar da lista que o partido apresentou ao distrito de Setúbal nas eleições legislativas de 2019, ano em que conseguiram eleger dois deputados por aquele círculo eleitoral.
*Notícia atualizada com a substituta de Sandra Cunha no Parlamento