A ordem é para começar a abrir, mas com mão de ferro. Segundo os especialistas ouvidos na sede do Infarmed esta segunda-feira, as projeções indicam que a 15 de março possam estar reunidas as condições para começar a aliviar a mola. E que condições são essas? Um número de novas infeções perto de 60 por 100 mil habitantes; uma taxa de ocupação de UCI próxima do limite desejável (242); uma taxa de positividade de casos inferior a 4%; um rastreio nas primeiras 24 horas na ordem dos 100% e um atraso na notificação dos casos confirmados a rondar os 10% -- não mais do que isso.
Mas não basta seguir os números, o Governo tem também de ter atenção a outras variáveis, como a testagem massiva, o rastreamento, a monitorização, os cuidados nas escolas ou o reforço dos transportes públicos. E foi nesse sentido que os especialistas ouvidos no Infarmed deixaram alguns recados para o Governo não se esquecer. Sobretudo porque a tendência de descida do índice de transmissibilidade (o Rt) está a perder força.
As notas deixadas pelos peritos acabaram por ser aproveitadas pelos partidos para manterem a espada em cima da cabeça de António Costa. Os partidos com assento parlamentar, bem como os parceiros sociais, ainda vão ser ouvidos antes que o Conselho de Ministros tome a decisão final, na quinta-feira.