Todas as contas que se fazem em São Bento, seja à evolução da pandemia seja à evolução da situação política, têm um horizonte de mais de um mês, que se pode estender até à primavera. Criticado por todos os lados, oposição, antigos parceiros e candidatos presidenciais, a ordem é de usar toda a “capacidade de resistência” para passar o “sufoco” que serão os próximos tempos, com decisões difíceis de confinar o país. O confinamento será para já de um mês, para depois ir faseando as medidas, como aconteceu no ano passado, de forma “muito lenta”, diz fonte do Governo ao Expresso. Na equipa de Costa, começam a preparar-se para que 30 dias de confinamento não cheguem.
Os especialistas deram uma previsão de evolução da pandemia, que pode levar oito semanas até que regresse alguma normalidade, que está em cima da mesa do Governo. Estas medidas estão pensadas para seguirem até meados de fevereiro, na esperança que nas próximas semanas se reflitam nos internamentos e depois nos óbitos. Tudo será reavaliado aos poucos e é dado adquirido para muitos que terá de continuar por algum tempo. Para cimentarem essa ideia, há vários argumentos: a base de partida é muito pior do que em março, na altura havia cerca de 300 casos por dia, agora mais de 10 mil; e os hospitais estão mais pressionados com os internamentos (mais de 4300 e 611 em cuidados intensivos).