Política

Rui Moreira pede adiamento das presidenciais

Presidente da Câmara do Porto quer que Marcelo Rebelo de Sousa, através de um decreto presidencial, “determine que tais eleições não se realizem enquanto durar o regime de exceção ao abrigo do estado de emergência”

FERNANDO VELUDO/LUSA

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, defende o adiamento das eleições presidenciais enquanto o país estiver em estado de emergência. O autarca vai levar à aprovação do executivo municipal na próxima segunda-feira uma proposta de recomendação para o adiamento das eleições, pedindo a Marcelo Rebelo de Sousa para determinar através de decreto presidencial que "tais eleições não se realizem enquanto durar o regime de exceção ao abrigo do estado de emergência”.

Atendendo “à situação de calamidade pública que se vive no país e a todas as inerentes e necessárias restrições aos direitos e liberdades e garantias dos cidadãos", o autarca não compreende como "tudo isto é compaginável com a manutenção do ato eleitoral, fixado para o próximo dia 24 de janeiro".

Sem esquecer que este é um ato “importante para a democracia”, Rui Moreira assinala que é um “objetivo unanimemente reconhecido por todas as forças políticas combater a abstenção e garantir e incentivar a participação plena de todos os eleitores” e prevê que em situação de pandemia “a abstenção poderá atingir números muito elevados pelo risco associado à participação neste ato eleitoral, face à situação sanitária”.

Ainda assim, “haverá milhões de pessoas que quererão exercer o seu direito de voto, o que terá forte impacto na concentração de pessoas nos transportes e nos locais de voto, sendo certo que o recolher obrigatório que tem prevalecido nos dias de domingo, e que o Governo tem considerado como adequado, não poderá ser mantido nesse dia”, diz

Por esse motivo, “não se entende que Portugal, que vive um regime de exceção com o prolongamento de restrições e de medidas de confinamento obrigatório, mantenha simultaneamente prevista a realização de um ato eleitoral que, ainda que seja acompanhado de medidas sanitárias e de segurança, implicará necessariamente riscos acrescidos ao potenciar os contactos e a circulação de milhões de pessoas”, acrescenta.

“Menos se compreende a insensibilidade relativamente à recolha de votos de cidadãos confinados, conforme o Município do Porto tem vindo há meses a alertar”, diz ainda a proposta de recomendação do autarca.