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Política

Presidenciais em pandemia: 120 toneladas de máscaras e álcool-gel e milhares de votos recolhidos em casa

Direito de voto de dezenas de milhares de pessoas que estarão confinadas no dia das eleições presidenciais, a 24 de janeiro, tem de ser garantido. Câmaras municipais vão constituir equipas para a entrega e recolha dos boletins de voto em casa, mas na sexta-feira ainda não se conheciam as regras da DGS. Secretário de Estado da Administração Interna admite “corrida” ao voto antecipado, mas também o risco de a abstenção subir

SOPA Images/ Getty Images

O referendo local realizado em Chaves, em setembro, sobre limitações à circulação numa ponte romana e as eleições regionais nos Açores podem ter servido como balão de ensaio para a organização de uma votação em tempos de pandemia. Mas o desafio para as eleições presidenciais de 24 de janeiro afigura-se bem maior e como a Direção-Geral de Saúde ainda não tinha concluído as recomendações esta sexta-feira, os autarcas continuam sem saber como proceder. Com a possibilidade garantida de exercício do direito de voto a quem está confinado em casa - por estar infetado com o novo coronavírus ou por estar a cumprir isolamento por contacto, determinado pelas autoridades de saúde -, é preciso assegurar que há equipas das autarquias para recolher os votos em casa, guardá-los nas câmaras municipais e mantê-los em ‘quarentena’ durante dois dias e fazê-los depois chegar às secções de voto onde esses eleitores depositariam o boletim se não estivessem confinados.

Quantos votos serão feitos nestas condições? A resposta é impossível de dar por várias razões. Antes de mais, porque não se sabe quantas pessoas estarão confinadas em casa até ao 10º dia anterior ao sufrágio, dia 14 de janeiro (são essas que poderão pedir o voto antecipado em casa). Neste momento, o número de casos ativos supera os 70 mil e, ainda que o número de novas infeções tenha começado a diminuir, não se sabe se em meados de janeiro o país não estará a viver uma nova subida, decorrente das festas de Natal e Ano Novo. Mas serão seguramente dezenas de milhares de infetados e os seus contactos de alto risco e que correspondem a mais umas dezenas de milhar.