Política

Ex-ministro Pedro Marques candidata-se a vice-presidente do grupo dos socialistas europeus

Antigo governante escreve carta à presidente do S&D na qual diz que as duas décadas de experiência política podem contribuir para fazer face à maior crise que a Europa enfrenta desde a II Guerra Mundial. E elege o "crescimento dos partidos nacionalistas, xenófobos e anti-europeístas" como principal ameaça ao projeto comunitário

Tiago Miranda

Pedro Marques é candidato à vice-presidência do grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), a família política a que pertence o PS, no Parlamento Europeu. O antigo ministro do Planeamento escreveu esta sexta-feira uma carta aberta dirigida à presidente dos socialistas europeus, a espanhola Iratxe García Pérez, e aos restantes camaradas na qual frisa ter "total apoio" da delegação portuguesa em Bruxelas para avançar para um lugar que tinha ficado vago no mês passado, graças à saída da maltesa Miriam Dalli.

Na missiva, o eurodeputado sublinha que, apesar de a Europa enfrentar a mais severa crise desde a II Guerra Mundial, os tempos são "estimulantes" para os políticos, com desafios sociais "urgentes". No caso de ser eleito, Pedro Marques adianta que terá entre as suas prioridades o combate aos populismos. "Não devemos subestimar o que está a acontecer em alguns países, com o crescimento de partidos nacionalistas, xenófobos e anti-europeístas", escreve o antigo governante, que esteve na calha para ser o comissário português na equipa liderada por Ursula von der Leyen - e que acabou por ficar sem qualquer cargo de relevo.

A redução das desigualdades, os direitos humanos e o a luta contra as alterações climáticas são outras das bandeiras do cabeça de lista do PS nas europeias do ano passado, que diz querer emprestar as suas mais de duas décadas de experiência política à direção do S&D. O resultado da eleição será conhecido no início de dezembro. Até ao momento, não existem adversários formalizados, embora se fale insistentemente na possibilidade de uma nova candidatura maltesa.

No início do mandato, o PS (que tem a quinta maior delegação dos socialistas em Bruxelas, depois da saída do Reino Unido) apostou forte na vice-presidência de Pedro Silva Pereira para o Parlamento Europeu e acabou por ficar sem qualquer assento na direção da bancada do S&D, que conta com nove vice-presidentes. Na legislatura anterior, Maria João Rodrigues desempenhou as funções às quais Pedro Marques concorre agora.